Em Maquinal encontramos uma série de pinturas a óleo baseadas em imagens das capas coloridas de uma revista americana chamada Popular Mechanics. Destinada ao público masculino e com uma estética típica dos anos pós-guerra, a publicação revela segredos de mecânica, incitando no homem uma aptidão a consertar máquinas e equipamentos de qualquer tipo. Por meio de colagens, o artista sobrepõe imagens e personagens. Amplia as capas em grandes dimensões deslocando-as de seu contexto original. Confunde e distorce propositalmente escalas, potencializa as gamas de cor e confere à sua pintura um carácter quase surreal. A máquina oscila muitas vezes para a condição de brinquedo; o carro torna-se um carrinho de montar, o soldado, um boneco para se manipular.
PRISCILA ARANTES